Oi gente, vou falar hoje desse movimento que tem levantado polemica e em contrapartida aderindo cada vez mais simpatizantes, é a Marcha das Vadias e ela chegou a João Pessoa com força total causando um rebuliço nas redes sociais e meios midiáticos, sendo realmente um divisor de águas, ficando de um lado quem concorda e do outro quem discorda e infelizmente quem apoia mais não concorda com poucas ou muitas coisas do movimento tem que se equilibrar nesse epicentro perigoso que se criou (assim como quem não concorda mais respeita e não critica).
Como sempre acontece quando algo que vem ao poder do público pelas redes sociais, cada um que ache sua verdade mais verdadeira criando um redemuinho de interminaveis discussões. Mas calma, não vim criar polemica, vim dizer que antes de entrar em uma discussão é preciso conhecer bem o assunto e para se aliar em um movimento também, então vou falar da tão comentada MARCHA DAS VADIAS!
Tudo começou em Toronto, mais especificamente na Universidade de Toronto, onde estavam acontecendo muitos estupros e um policial falou para as mulheres pararem de se vestirem como vadias (sluts em inglês, daí o nome internacional slutwalk) para não serem vitimas, o que gerou muita indignação e foi criado o movimento, a primeira marcha em Toronto contou com 3000 pessoas.
Já a primeira Marcha das Vadias aqui no Brasil aconteceu em São Paulo, mas contou com apenas 300 pessoas, apesar disso o movimento veem crescendo em todo país, com cada vez mais pessoas defendendo-o e chegando agora aqui em João Pessoa.
Afinal o que é a Marcha das Vadias? E por que gera tanta polemica e divisões de opiniões?
A Marcha das Vadias é em sua essência e tem como foco principal a luta contra a violência a mulher em suas varias faces e para mostrar que o estupro não é culpa da mulher, nem do modo que se veste ou se comporta, onde o único culpado é o violentador. Porém englobam muitos outros focos, aqui alguns deles:
- Esfrega-esfrega no busão
Todos os dias,
mulheres sofrem violações em ônibus lotados. A imprensa tem divulgado casos de
estupro em ônibus como o que aconteceu com uma menina de 12 anos, no Rio de Janeiro. Fica a
pergunta: como proporcionar segurança às pessoas que utilizam esse meio de
transporte todos os dias?
- Estupro diário
A cada ano,
aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas no Brasil.
- Piadas sem graça
Humoristas usam seu
espaço na mídia para abusar das piadas com a mulherada. Um dos casos que gerou
polêmica foi protagonizado por Rafinha Bastos (e nem vamos citar o que ocorreu
com a cantora Wanessa Camargo). Ele chegou a afirmar em
uma de suas apresentações que homem que estupra mulher feia “não merece
cadeia, merece um abraço”.
- Representando mal
Todos os dias é
possível ver, seja em programas de TV ou em propagandas de cerveja, mulheres
exibindo suas curvas avantajadas, caladas e como mero pano de fundo. Acreditam
que, esse tipo de “representação” da mulher na mídia pode pegar mal quando
acontece por um período muito grande de tempo, tirando de contexto os reais
papeis de uma mulher na sociedade. O manifesto chega a citar que ao vender
cervejas utilizando desse tipo de representação, acaba-se “vendendo a nós
mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens”.
- Repressão sexual
A sociedade é vista
pelas integrantes do movimento como repressora da sexualidade da mulher, que as
divide o tempo todo como “santas” e “putas”. Roupas, comportamento e até o
bate-papo da mulherada acaba sendo influenciado por causa desse tipo de
classificação. Desse modo, se a mulher se veste de um determinado jeito, ela
pode ser “prostituta” ou comportada; se a mulher toca em determinado assunto
usando termos “apimentados” ou “vulgares” já passa a ser rotulada de
sem-vergonha. E por aí vai…
- Estupros esquecidos
Ao longo da história,
um grande número de mulheres negras e escravas foram estupradas por seus
senhores e praticamente não existe nenhuma política afirmativa para reparar
esse dano.
- Violências que ainda estão por vir
As integrantes do
movimento ressaltam que “todas as mulheres, de todas as idades e classes
sociais, sofreram ou sofrerão algum tipo de violência ao longo da vida, seja
simbólica, psicológica, física ou sexual”.
- Liberdade não respeitada
Mesmo que uma mulher
esteja pelada, ninguém tem o direito de tocá-la de forma indevida. Mesmo assim,
muita gente acha que quando uma mulher se veste com um vestido justo, mini-saia
ou short curtinho é ela quem está “pedindo” para ser estuprada.
O motivo para tanta polemica e divisão de opiniões é na sua grande maioria pela forma de muitas mulheres protestarem, de sutiã ou de seios amostra, mas não param por ai, há também muita controvérsias em torno dos motivos da marcha aqui no Brasil, inversão de valores, o nome da Marcha (a explicação está ilustrada na segunda imagem abaixo), discordâncias aos objetivos do movimento e algumas discussões giram em torno de uma questão que não encontrei fontes para afirmar que é verdadeira, que a Marcha das Vadias lutam pelo direito das mulheres, assim como os homens têm, de andarem na rua sem camisa.
Muito se fala, mais poucas pessoas entendem o real motivo da Marcha, até muitas pessoas que defendem o movimento. Falta conhecimento. Consegui então a Carta Manifesto da Marcha das Vadias de Brasilia:
Por que marchamos?
Em Brasília, marchamos porque apenas nos primeiros cinco meses desse ano, foram 283 casos registrados de mulheres estupradas, uma média de duas mulheres estupradas por dia, e sabemos que ainda há várias mulheres e meninas abusadas cujos casos desconhecemos; marchamos porque muitas de nós dependemos do precário sistema de transporte público do Distrito Federal, que nos obriga a andar longas distâncias sem qualquer segurança ou iluminação para proteger as várias mulheres que são violentadas ao longo desses caminhos.
No Brasil, marchamos porque aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas por ano, e mesmo assim nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro, chegando ao cúmulo de dizer que homens que estupram mulheres feias não merecem cadeia, mas um abraço; marchamos porque nos colocam rebolativas e caladas como mero pano de fundo em programas de TV nas tardes de domingo e utilizam nossa imagem semi-nua para vender cerveja, vendendo a nós mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens; marchamos porque vivemos em uma cultura patriarcal que aciona diversos dispositivos para reprimir a sexualidade da mulher, nos dividindo em “santas” e “putas”, e muitas mulheres que denunciam estupro são acusadas de terem procurado a violência pela forma como se comportam ou pela forma como estavam vestidas; marchamos porque a mesma sociedade que explora a publicização de nossos corpos voltada ao prazer masculino se escandaliza quando mostramos o seio em público para amamentar nossas filhas e filhos; marchamos porque durante séculos as mulheres negras escravizadas foram estupradas pelos senhores, porque hoje empregadas domésticas são estupradas pelos patrões e porque todas as mulheres, de todas as idades e classes sociais, sofreram ou sofrerão algum tipo de violência ao longo da vida, seja simbólica, psicológica, física ou sexual.
No mundo, marchamos porque desde muito novas somos ensinadas a sentir culpa e vergonha pela expressão de nossa sexualidade e a temer que homens invadam nossos corpos sem o nosso consentimento; marchamos porque muitas de nós somos responsabilizadas pela possibilidade de sermos estupradas, quando são os homens que deveriam ser ensinados a não estuprar; marchamos porque mulheres lésbicas de vários países sofrem o chamado “estupro corretivo” por parte de homens que se acham no direito de puni-las para corrigir o que consideram um desvio sexual; marchamos porque ontem um pai abusou sexualmente de uma filha, porque hoje um marido violentou a esposa e, nesse momento, várias mulheres e meninas estão tendo seus corpos invadidos por homens aos quais elas não deram permissão para fazê-lo, e todas choramos porque sentimos que não podemos fazer nada por nossas irmãs agredidas e mortas diariamente. Mas podemos.
Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamosantes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, por um ou vários homens ao mesmo tempo, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e curradas durante a Ditadura Militar. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES.
Mas, hoje, marchamos para dizer que não aceitaremos palavras e ações utilizadas para nos agredir enquanto mulheres. Se, na nossa sociedade machista, algumas são consideradas vadias, TODAS NÓS SOMOS VADIAS. E somos todas santas, e somos todas fortes, e somos todas livres! Somos livres de rótulos, de estereótipos e de qualquer tentativa de opressão masculina à nossa vida, à nossa sexualidade e aos nossos corpos. Estar no comando de nossa vida sexual não significa que estamos nos abrindo para uma expectativa de violência, e por isso somos solidárias a todas as mulheres estupradas em qualquer circunstância, porque tiveram seus corpos invadidos, porque foram agredidas e humilhadas, tiveram sua dignidade destroçada e muitas vezes foram culpadas por isso. O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos mais básicos de toda mulher, e é pela garantia desse direito fundamental que marchamos hoje e marcharemos até que todas sejamos livres.
Somos todas as mulheres do mundo! Mães, filhas, avós, putas, santas, vadias…todas merecemos respeito!
De Brasília
Em Brasília, marchamos porque apenas nos primeiros cinco meses desse ano, foram 283 casos registrados de mulheres estupradas, uma média de duas mulheres estupradas por dia, e sabemos que ainda há várias mulheres e meninas abusadas cujos casos desconhecemos; marchamos porque muitas de nós dependemos do precário sistema de transporte público do Distrito Federal, que nos obriga a andar longas distâncias sem qualquer segurança ou iluminação para proteger as várias mulheres que são violentadas ao longo desses caminhos.
No Brasil, marchamos porque aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas por ano, e mesmo assim nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro, chegando ao cúmulo de dizer que homens que estupram mulheres feias não merecem cadeia, mas um abraço; marchamos porque nos colocam rebolativas e caladas como mero pano de fundo em programas de TV nas tardes de domingo e utilizam nossa imagem semi-nua para vender cerveja, vendendo a nós mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens; marchamos porque vivemos em uma cultura patriarcal que aciona diversos dispositivos para reprimir a sexualidade da mulher, nos dividindo em “santas” e “putas”, e muitas mulheres que denunciam estupro são acusadas de terem procurado a violência pela forma como se comportam ou pela forma como estavam vestidas; marchamos porque a mesma sociedade que explora a publicização de nossos corpos voltada ao prazer masculino se escandaliza quando mostramos o seio em público para amamentar nossas filhas e filhos; marchamos porque durante séculos as mulheres negras escravizadas foram estupradas pelos senhores, porque hoje empregadas domésticas são estupradas pelos patrões e porque todas as mulheres, de todas as idades e classes sociais, sofreram ou sofrerão algum tipo de violência ao longo da vida, seja simbólica, psicológica, física ou sexual.
No mundo, marchamos porque desde muito novas somos ensinadas a sentir culpa e vergonha pela expressão de nossa sexualidade e a temer que homens invadam nossos corpos sem o nosso consentimento; marchamos porque muitas de nós somos responsabilizadas pela possibilidade de sermos estupradas, quando são os homens que deveriam ser ensinados a não estuprar; marchamos porque mulheres lésbicas de vários países sofrem o chamado “estupro corretivo” por parte de homens que se acham no direito de puni-las para corrigir o que consideram um desvio sexual; marchamos porque ontem um pai abusou sexualmente de uma filha, porque hoje um marido violentou a esposa e, nesse momento, várias mulheres e meninas estão tendo seus corpos invadidos por homens aos quais elas não deram permissão para fazê-lo, e todas choramos porque sentimos que não podemos fazer nada por nossas irmãs agredidas e mortas diariamente. Mas podemos.
Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamosantes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, por um ou vários homens ao mesmo tempo, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e curradas durante a Ditadura Militar. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES.
Mas, hoje, marchamos para dizer que não aceitaremos palavras e ações utilizadas para nos agredir enquanto mulheres. Se, na nossa sociedade machista, algumas são consideradas vadias, TODAS NÓS SOMOS VADIAS. E somos todas santas, e somos todas fortes, e somos todas livres! Somos livres de rótulos, de estereótipos e de qualquer tentativa de opressão masculina à nossa vida, à nossa sexualidade e aos nossos corpos. Estar no comando de nossa vida sexual não significa que estamos nos abrindo para uma expectativa de violência, e por isso somos solidárias a todas as mulheres estupradas em qualquer circunstância, porque tiveram seus corpos invadidos, porque foram agredidas e humilhadas, tiveram sua dignidade destroçada e muitas vezes foram culpadas por isso. O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos mais básicos de toda mulher, e é pela garantia desse direito fundamental que marchamos hoje e marcharemos até que todas sejamos livres.
Somos todas as mulheres do mundo! Mães, filhas, avós, putas, santas, vadias…todas merecemos respeito!
De Brasília
Márcia Xavier
Com base nisso, pode-se tirar suas próprias conclusões, conclusões baseadas em fatos reais, palpáveis, porém recomendo ainda a quem tiver acesso a uma discussão acalorada ou não nas redes sociais ou em fóruns, observarem, deem uma lida nos comentários, ponderem bem os argumentos, para conhecer a opinião das pessoas a esse movimento que vem ficando cada vez mais forte (as outras Marchas contaram quase todas com números muito maior que a primeira que aconteceu em 2011 em São Paulo, citada no começo do texto) e como toda Manifestação revolucionaria e cheia de atitude causa impactos diferentes em cada um.
Finalizando esse post imenso no Ameixas Dirigíveis, mas com a consciência tranquila de que informação e conhecimento é poder e creio que consegui passar algum hoje. Para quem gostou da Marcha das Vadias e quer participar, a marcha aqui em João Pessoa acontecerá no dia 09/06, as 9h, estatua Ariano Suassuna - Lagoa, para mais informações Marcha das Vadias - João Pessoa (grupo do facebook).
Espero que tenham gostado, comentem o que acham!
fontes: Revista Parafuso, Portal Vermelho, Jornal da Paraíba, Wikipedia e Google ;)
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